terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Aos Funcionários - Por Eduardo Botelho

Em 1993, mal saído da faculdade, li uma entrevista com Eduardo Botelho, especialista em treinamento e motivação, falecido em 2004. Nela ele propunha uma maneira direta de expor as expectativas (tão grandes ) do empregador já no primeiro dia de trabalho, para que o novo integrante do time possa concentrar seus esforços naquilo que é importante para as pessoas que o estão contratando. Achei aquilo tão interessante que anotei com cuidado este "contrato" a ser usado pelo gestor no primeiro dia de trabalho de um funcionário.
Pois é, achei o papel em um livro esta semana, e percebi o quanto ele ainda é atual... vejam só:

A- Você está sendo admitido para gerar lucros para nossos acionistas.
B- Você está sendo admitido para fazer nossos clientes mais satisfeitos e felizes conosco.
C- Você está sendo admitido para agir com toda a lealdade e lisura para com seus chefes e companheiros de trabalho
D- Você está sendo admitido para ajudar seus companheiros a terem um ambiente de trabalho sadio, onde há principalmente respeito e harmonia.
E- Você está sendo admitido para nos ajudar a resolver os nossos problemas do dia-a-dia, e portanto para pensar em soluções que nos tornem mais eficientes e eficazes.
F- Você tem alguma dúvida sobre o que isto significa? Se tem, por favor, nos diga agora para que possamos ajudá-lo entender suas responsabilidades
G- Se você não tem nenhuma dúvida, diga como pretende aplicar estes princípios

Demais não é? Vivas pro Eduardo...
Abraços
Farina

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Crônica de um atendimento em uma noite de verão

Crônica de um atendimento numa noite de verão... (a pedidos de amigos)

Sexta, 11 da noite, lanchonete dos arcos dourados em São José dos Campos.
Eu e minha mulher, mais um casal de amigos, esperamos na fila da lanchonete do Ronald, que está lotada. A fila anda, de forma d o l o r o s a m e n t e l e n t a e percebo que nos quadros, à frente do caixa, indicam apenas uma parte das opções do cardápio. Bem, na verdade eles não tem a opção na qual estou pensando. Como não gosto de ser o chato da fila, que pergunta 112 coisas antes de pedir, e como não estou no Fasano, peço a uma das mocinhas do caixa (um que estava acompanhando um atendimento apenas) um cardápio completo, igual ao que outro cliente estava lendo; a mocinha sai num ritmo pretensamente eficiente (ou seja, correndo), olha aqui, olha ali, olha embaixo, olha em cima, pergunta pra duas outras atendentes aonde encontrar o cardápio, sem que haja resposta, volta para o caixa, e aciona o módulo de invisibilidade, à minha frente, sem o cardápio, e sem nenhuma explicação... simplesmente não resolveu o problema e fingiu que a pergunta/pedido/súplica não tinha sido feito. Parecido com atendimento de telemarketing quando transfere a sua ligação para poder encerrar a chamada:
- Só um minuto senhor, estamos transferindo sua liga…tutututututu
Foi uma situação tão bizzara, que achei até engraçado, e deixei como estava para ver no que dava. A moça ao lado, em atendimento, diante de um pedido especial do cliente afirma:
- Esta opção só pode ser assim e assado.
O cliente, já irritado com a demora e a pasteurização do atendimento, replica, na lata, áspero:
- Eu não vou pedir do seu jeito. Eu vou pedir do meu jeito, anota aí.
Juro que consegui ouvir o pensamento coletivo de todos que estavam na fila: “Yesssssssssssss”
Olhei para a atendente, que sentiu o golpe, mas finalmente começou a OUVIR o cliente.
Esperei calmamente minha vez, e quando ela chegou solicitei meu cardápio novamente. Começa a busca, frenética pelo malfadado cardápio, e finalmente o acham. Agradeço de forma simpática, com um olhar benevolente, pelo bom trabalho realizado. A atendente invisível, claramente com amnésia seletiva, não lembrou que eu tinha pedido o cardápio há apenas alguns minutos atrás, antes do cliente que “pedia do jeito dele”.
Estudo calmamente minha opção, faço todas as perguntas desejadas, e peço a comida. Lembro que em minhas aulas tive estudantes cujo primeiro emprego foi no Mac, e na verdade elogiaram muito por ter sido uma oportunidade de começar.
Pensando bem, um dia eu posso vir a dar aulas na faculdade para estas duas meninas. Abro um sorriso e vou para a mesa comer meu lanchinho de plástico.”


No fundo, neste tipo de modelo, os atendentes são treinados para fazer determinadas tarefas com precisão, mas quando alguma coisa sai fora do roteiro, simplesmente travam. Foi o caso do cardápio; ele não estava disponível. O cliente que “pedia do jeito dele”não era uma ovelhinha obediente. As atendentes travaram.
Mas elas conseguem reproduzir com perfeição um comportamento aprendido porque não tem vícios... é o primeiro emprego. Isto é bom quando se deseja padronização. E é barato.
Isto explica que paga-se o quanto o serviço vale. A comida não é grande coisa, mas pelo menos padronizada, o atendimento, desde que dentro de limites estreitos, também não é o pior, e o preço... bem o preço poderia ser mais baixo, mas isto já é uma outra história. O modelo organizacional (primeiro emprego, lanche padronizado através de equipamentos simples de operar, pouca flexibilidade e alta massificação para manter custos baixos por unidade vendida) funciona bem, vide suas 30.000 lojas rachando de faturar todos os dias...

Modelos organizacionais precisam ser coerentemente montados. Pense nisto...
Abraços
Farina

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um fósforo, uma balinha, um café e um jornal...

Este é um extrato de uma apresentação que recebi pelo email e me fez mais uma vez refletir sobre o atendimento, e como é importante. Estaé um história típica de sucesso em atendimento....

"Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome do hotel.
Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave. Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: 'Seja Bem vindo!'
No quarto, uma discreta cama impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte.
Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha visto, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto.
Fazia frio...e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa, pois alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela!



Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: 'Sua marca predileta de café. Bom apetite!' Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe? De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.
Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. 'Mas, como pode? É o meu jornal! Como eles adivinharam?' Mais uma vez, lembrou-se que, quando se registrou, a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia.
O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.
Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.
Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje. Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemo-nos das pessoas, e esquecemos também que o valor das pequenas coisas conta, e muito.
A valorização sincera do relacionamento com o cliente é a chave para esta mudança, faze-lo perceber que ele é importante!"

E não se esqueça: havia um sorriso no rosto das pessoas que atenderam esta pessoa... os funcionários! Para conseguir estes sorrisos, todo líder deve criar um ambiente no qual as pessoas se sintam bem com seu trabalho. Atendimento de excelência como desta história e tantas outras, só é possível atravé de treinamento muito bem pensado e executado continuamente, e a valorização dos profissionais que se tem.
Bons negócios!