segunda-feira, 22 de abril de 2013

Do tempo de descanso... mesmo

Porque não tenho tido tempo para escrever, mas as vezes ao menos ler consigo, segue o que minha irmã me enviou e achei uma reflexão poderosa nesse tempo e mundo tão sem tempo em que vivemos...
do Rabino Nilton Bonder:


Os Domingos Precisam de Feriados
Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação.
Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.
Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.
Hoje, o tempo de 'pausa' é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações 'para não nos ocuparmos'. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.
O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo.
Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.
Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado…
Nossos namorados querem 'ficar', trocando o 'ser' pelo 'estar'. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI – um dia seremos nossos?
Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos…
Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair – literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é 'o que vamos fazer hoje?' – já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.
Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande 'radical livre' que envelhece nossa alegria – o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.
Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.
Rabino Nilton Bonder

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Repetindo e aprendendo...

A repetição é o caminho do conhecimento: Ouvi esta frase há mais de 20 anos de um professor ao me pedir para refazer um projeto. Fiquei muito, muito bravo. E ao longo de todo este tempo fui descobrindo que o velho mestre estava, no fundo, certo mesmo. Tenho visto empresários excelentes naquilo que fazem. Todos tem repetido os processos significativos de suas empresas e o dominam como ninguém. 
Seja uma venda, um projeto, a fabricação de um produto, ou mesmo a inovação, invariavelmente a repetição no fundo mostra as variáveis que influem no processo para aquele que se dispõe a repeti-lo. Por esta razão encontramos operários em uma fábrica que muitas vezes parecem saber mais do que um engenheiro recém chegado. Estes aprenderam empiricamente o que funciona e o que não funciona, e as vezes, mesmo sem a base teórica e o entendimento dos princípios daquilo que fazem, erram menos e 

produzem bem.Pense nisto. E boas repetições :)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Decisão Certa

Hoje, li um artigo em um blog de assuntos relacionados à defesa, que explicava que o acidente que matou o presidente da Polônia, a primeira dama, e mais 95 altos dirigentes daquele país, em abril de 2010, foi em função da pressão exercida por alguns passageiros sobre os pilotos  (leia o artigo aqui).

Lembro-me que o acidente aconteceu após a quarta tentativa dos pilotos de aterrissar em um aeródromo na Rússia em condições meteorológicas precárias, em vez de desviarem o
avião para outra pista. O avião com a delegação polonesa se dirigia à uma localidade russa na qual houve um massacre de soldados poloneses pelos russos na segunda guerra, para uma homenagem aos soldados mortos. Na ocasião comentou-se que os controladores do vôo russos recomendaram que o avião desviasse, mas aparentemente isto atrasaria por horas a homenagem e houve pressão por parte dos passageiros ilustres sobre os pilotos para aterrissar de qualquer maneira; o saldo foi de 95 pessoas mortas, entre elas o presidente, vice-presidente, primeira dama, chefe do estado maior, vice chanceler, presidente do banco nacional, vice líder da câmara e outros... a nata do governo Polonês, perdida em um momento, e agora se sabe, por uma vaidade ou pressa.

O que teria passado pela cabeça dos líderes que ordenaram que os pilotos pousassem de qualquer maneira? Seria uma humilhação o avião não ser capaz de pousar? Isto mostraria fraqueza diante dos russos, eterno e mais forte rival? Ou mesmo a pressão, a inflexibilidade quanto à homenagem? O que valeria o risco de 95 vidas, grande parte delas líderes valiosos que se levou uma geração para formar?



E quanto aos pilotos? Que tipo de conseqüências os pilotos sofreriam ao se recusar a pousar naquelas condições? as carreiras encerradas e as vidas preservadas? Como saber?


Talvez nunca saibamos em detalhes o que motivou a pressão sobre os pilotos, mas podemos dizer, com pesar, mas segurança que lideres e liderados erraram, e isto lhes custou a vida.


Erraram os pilotos por não se posicionarem corretamente como profissionais e enfrentarem as conseqüências de suas decisões.
Erraram os líderes que não confiaram nem respeitaram seus comandados em assuntos nos quais não eram os especialistas... e tantas vidas foram sacrificadas por isto.


Inevitável não divagar e extrapolar esta situação para o mundinho profissional, tão menor, mas tão parecido, não é?


Quantas carreiras interrompidas por uma demonstração de força de um líder diante de seus funcionários ou fornecedor, ou cliente, quando não se respeita o especialista competente, que se posiciona corretamente, quantos especialistas que dobram seu parecer à vontades alheias e se tornam amargurados pelo resto de suas carreiras; e quantos "acidentes" que poderiam ser evitados quando lider e especialista agem de forma profissional, ética e transparente: Recalls, construções que caem, transações que geram insatisfações, processos, acidentes, mortes, tristeza e dor, que poderiam ser evitados.


O líder tem como obrigação contratar e até um determinado ponto, formar, gestores e especialistas competentes abaixo de si. Ele nunca saberá tudo sobre todos os assuntos, e para isto deve aprender e se disciplinar para contratar e reter talentos em suas áreas de especialidade, mas também ouvir e respeitar suas opiniões. O ônus da decisão é do líder, mas se este não confia nos pareceres de seus comandados em assuntos eminentemente técnicos, como o caso sobre o qual estamos discutindo, os riscos de problemas ou mesmo tragédias aumenta consideravelmente.


Líderes não vão longe sem uma equipe competente atrás de si.


Diante disto deixo com humildade um recado aos lideres e subordinados que me lêem, até por ter vivenciado ambos os lados e hoje vê-los também de fora como consultor.


Líder: Contrate especialistas nos quais confia, prepare-os ou troque-os. Você deve ter gente competente abaixo de si. Por último, mas não menos importante, na próxima vez em que pressionar o seu subordinado especialista para resolver algo muito complexo, que envolva muito dinheiro, ou muita responsabilidade em qualquer área, pense duas vezes sobre até que ponto sua vaidade ou seus grandes planos o estão fazendo cruzar a linha do razoável. Reflita sobre até onde sua autoconfiança está elevando o risco sobre o processo ou transação a níveis que o tornam um "acidente pedindo para acontecer", e ignorando o parecer de um técnico competente. Afinal, como chefe a última palavra pode ser sua, e a responsabilidade sobre as conseqüências também.


Subordinado: Se você sabe o que está fazendo em sua especialidade, posicione-se e tome a decisão certa. Não trabalhe pra agradar os outros nem seu chefe a qualquer custo. Dê a ele o parecer correto. Trabalhe para ser o melhor em sua especialidade e esteja, desde já, disposto a assumir responsabilidade sobre o que faz. Seja qual for a conseqüência.


Sua carreira em uma determinada área pode até acabar um dia, mas sua consciência será leve, e seus vôos, mesmo em outra área, serão altos e seguros. Gente que presta sempre será necessária.


Abraços


Farina





sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ética e percepção


Existem situações na vida que nos fazem acreditar que é sempre possível sermos melhores do que somos!
Temos aqui um bom exemplo:
Durante um jogo de futebol, na Holanda, um jogador da equipe de vermelho -o Ajax - sofreu uma falta e ficou
contundido, caído no chão.
Um dos jogadores da equipe adversária - de amarelo - como é hábito, atirou a bola para fora para que o jogador fosse atendido.
Quando o jogador ficou recuperado, o lançamento pertenceu ao Ajax (de vermelho) e, como manda o desportivismo, um jogador do Ajax tentou devolver a bola para o campo do adversário. Infelizmente o fez de forma desajeitada e, sem querer, acabou por meter a bola no gol.
Todos, incluíndo o jogador que, sem querer, fez o gol, ficaram atrapalhados. Mas o árbitro corretamente considerou o gol válido!
A bola voltou ao centro para o jogo ser retomado com aquele injusto resultado.
Foi nesse momento que os jogadores do Ajax, com grande espírito desportivo, rapidamente tomaram uma resolução: ficarem todos quietos para permitir que os adversários - os de amarelo - fizessem eles também um gol para repor a justiça no resultado.E foi isso que aconteceu!!!
É impressionante o sentido de justiça da equipe do Ajax - de vermelho - e o bom entendimento entre todos eles para que nenhum se movimentasse. Eles queriam ganhar, mas a vitória teria que ser "limpa" e "justa"! Veja o vídeo aqui

O simples uso da percepção foi o suficiente para que o time percebesse que uma injustiça havia sido cometida e estava ao alcance deles corrigi-la.
Durante minha vida profissional percebi que é muito fácil amortecermos esta percepção quando nossos interesses são confrontados com nosso senso de justiça. É nosso dever como profissionais, chefes, empregado, pais, filhos ou simplesmente seres humanos, estarmos atentos para não cairmos nesta armadilha.
Na vida profissional em especial, a referência mais perfeita que de como usar nossa percepção a favor da ética, vi em um manual de integração de funcionários de uma grande empresa, que "dizia":  "Para ajudá-lo a tomar a decisão correta, lembre-se; se algo parece errado, provavelmente é". Lembre-se disto ao se deparar com uma situação eticamente questionável.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Brasileiros estão entre os mais estressados do globo... e você chefe, o que está fazendo a respeito?

Da redação da Folha:
Brasileiros estão entre os mais estressados do globo
Último grau de esgotamento associado ao trabalho atinge 30% da população

Sobrecarga de tarefas e medo de desemprego são as causas mais citadas pelos que perderam o controle

JULLIANE SILVEIRA
DE SÃO PAULO

Os brasileiros lidam pior com o estresse do que outros povos. Por aqui, as taxas daquilo que é definido como estresse extremo são mais altas que na maioria do países.
Esse último nível de estresse, ou "burn out", caracteriza-se por um esgotamento mental intenso, geralmente associado ao trabalho.
Na população economicamente ativa do Brasil, 30% já chegaram a esse estado causado por uma pressão excessiva, segundo dados da Isma - Brasil, associação internacional que pesquisa dados sobre estresse.
Nesse quesito, o Brasil está atrás apenas do Japão, onde 70% das pessoas já perderam o controle sobre o estresse.
As altas taxas desse país são explicadas pela rotina de trabalho e pela cultura: jornada mais longa e maior dificuldade para verbalizar e expressar opiniões e emoções.
"As normas sociais são muito rígidas naquele país. Escândalos profissionais terminam em demissão e até mesmo em suicídio da pessoa envolvida", diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma.

ESFORÇO E RECOMPENSA
Por aqui, a dificuldade de contrabalançar as tensões do dia a dia ocorre principalmente por causa da sobrecarga de tarefas e do medo de demissão, fatores de estresse apontados com mais frequência pelos entrevistados.
O favoritismo nos ambientes profissionais, em que se leva em conta mais a relação pessoal do que o mérito do trabalho gera um sentimento de injustiça que contribui para o aparecimento do "burn out", segundo a psicóloga.
"No Brasil, em geral, não existe um equilíbrio entre esforço e recompensa. Você percebe isso quando o trabalhador vai para o exterior e é muito elogiado", diz Rossi.

NA SAÚDE
Entre quem sofre de "burn out", os índices de depressão, sentimento de incapacidade e exaustão são bem mais elevados do que no restante da população.
"Esses dados são assustadores. Vemos muitas pessoas cometendo tantos erros e com tanto descaso no trabalho, que isso pode mesmo ser sintoma de "burn out'", diz a psicóloga Marilda Emmanuel Novaes Lipp, diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora da PUC- Campinas.
Ironicamente, o problema atinge profissionais altamente motivados, idealistas e que se dedicam excessivamente ao trabalho. Sentimentos de decepção podem desencadear o estresse exagerado.
"Reconheça o que é importante e não se imponha uma carga de trabalho acima do necessário", aconselha Lipp





É oficial: Somos um dos povos mais estressados no mundo; ao contrário dos japoneses, campeões neste quesito, nosso stress é decorrente de percepção de injustiça no trabalho (lembram que já falei a respeito em outros posts? Este sentimento é gerado principalmente em função de favoritismo, em que se leva em conta mais a relação com o chefe (puxação de saco, parentesco, amizade), do que o esforço do trabalhador.
A sobrecarga emocional decorrente disto é imensa, e o resultado é a total desmotivação. Diante disto, deixo um reflexão a você empregador: Você tem medido de forma objetiva e homogênea o desempenho de seus funcionários? Se a resposta é sim, quais ações tem sido tomadas diante destes resultados?

abraços
Farina

terça-feira, 6 de julho de 2010

10 Things Customers Want on a Website - Website Attributes - Entrepreneur.com

Pessoal, devido a natureza do blog, direcionado a alunos e pequenas empresas, sempre tentei publicar apenas em português, mas, para mantê-los atualizados, é inevitável, o número de postagens em inglês vai aumentar. Veja por exemplo o bom artigo da Entrepreuner sobre que tipo de site os clientes desejam... aproveitem e boa leitura!
10 Things Customers Want on a Website - Website Attributes - Entrepreneur.com

abraços
Farina

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tá difícil arrumar empregado? Acostume-se!

Saiu no site da Associação Brasileira de Lojistas de Shoping

Falta de mão-de-obra qualificada atinge 2/3 dos empregadores no Brasil, diz pesquisa
Quase dois terços dos empregadores brasileiros encontram dificuldades de encontrar pessoas qualificadas para preencher cargos disponíveis, segundo indica uma pesquisa realizada pela consultoria internacional de recursos humanos Manpower. Segundo a pesquisa, que ouviu mais de 35 mil empregadores em 36 países, a escassez de mão-de-obra qualificada no Brasil só não é maior do que a no Japão.
Entre os empresários brasileiros, 64% disseram ter dificuldades para preencher suas vagas com profissionais qualificados. No Japão, esse percentual foi de 76%. Na média dos 36 países pesquisados, 31% dos empregadores disseram ter dificuldades em encontrar profissionais qualificados.
A crise econômica mundial a partir de 2008 ajudou a reduzir o problema na maioria dos países. Em 2006, a média de empregadores que não conseguia encontrar profissionais qualificados em quantidade suficiente era de 40% nos países pesquisados.
Nos Estados Unidos, esse percentual caiu de 44% para 14% entre 2006 e 2010. Na Irlanda, país com menor escassez declarada de mão-de-obra qualificada, com 4%, tinha 32% em 2006. Na Grã-Bretanha, o percentual caiu de 42% em 2006 para 9% em 2010. A Espanha, outro país fortemente atingido pela crise, teve o percentual reduzido de 57% em 2006 para 15% neste ano.
Em movimento inverso, muitos países em desenvolvimento, que foram menos atingidos pela crise mundial, viram a escassez de mão-de-obra qualificada aumentar. Na Argentina, 41% dos empregadores diziam ter dificuldade de preencher seus cargos com gente qualificada em 2007, primeiro ano em que o país aparece na pesquisa. Neste ano, esse percentual aumentou para 53%.
Na China, o percentual era de 24% em 2006, caiu para 15% em 2008, mas subiu a 40% em 2010. Na Índia, houve um aumento menos acentuado: de 13% em 2006 para 16%, depois de chegar a 20% em 2009.

Sinal dos tempos; com a economia bombando nos países emergentes (ou emergidos como o Brasil), a cada dia é mais difícil conseguir aquele funcionário que chega pronto... este só se consegue contratar à peso de ouro.