sábado, 26 de dezembro de 2009

Qual é o "Poblema"?

Qual é o "poblema"?


Formação medíocre gera profissionais despreparados, que, por sua vez, travam o crescimento de um país inteiro

Por Luciano Pires
Era 1976. Eu estava passando um mês na região de Irecê, na Bahia, no Projeto Rondon, que durante anos levou estudantes do Sudeste do Brasil para conhecer a realidade do Norte e Nordeste do país. A chegada "dos Rondon" nas vilas era uma festa.
Atendíamos filas e filas de pessoas que jamais haviam consultado um médico nem ido a um dentista.
Um dia entramos numa salinha de aula. Havia umas 20 crianças e uma professorinha, que deveria ter seus 18 ou 20 anos. No quadro-negro estavam escritas frases que as crianças deveriam copiar. E, no meio das frases, palavras como "poblema", "nóis" e "craro". Erros gritantes de português escritos pela professorinha. Nunca me saiu da cabeça que aquelas 20 crianças seguiriam pela vida escrevendo "poblema". Como aquela professorinha, outras tantas da mesma turma deviam ensinar outras 400 crianças a escrever "poblema". E no ano seguinte seriam mais outras 400.
A professorinha era a única pessoa que aceitava dedicar seu tempo às crianças, recebendo um salário que, na época, deveria ser equivalente a 30 reais. Portanto, antes escrever "poblema" do que ser um iletrado ignorante. Pouco tempo atrás, contratei um pessoal para fazer um serviço de pintura em minha casa. Comecei a conversar com o chefe do pessoal sobre outros problemas de marcenaria, hidráulica e eletricidade. E ele me disse que fazia todos esses serviços.
No entanto, o resultado foi desastroso. A pintura ficou um horror. O ventilador ficou torto. A porta ficou terrível. E o vazamento voltou. Ele sabia,sim, de tudo um pouco. Pouquinho. Ele aprendeu seu ofício da mesma forma que os alunos da professorinha: com alguém que ensinava um pouco do pouco que aprendera. Era evidente que ele não aprendera com um pintor, um eletricista, um marceneiro ou um encanador de verdade. Ele pensava que resolvia problemas. Mas só causava "poblemas".
Logo me vi refletindo sobre aquele microcosmo da minha casa.
Aquilo era uma versão reduzida do Brasil. Um sujeito que aprendeu mal, fazendo o serviço mal, estragando o que estava mais ou menos, tendo de fazer de novo, causando gastos maiores, levando mais tempo, incomodando toda a família. É o mesmo caso da empresa aérea cujo check-in leva mais tempo do que deveria, que diz não ter lugar quando o avião sai metade vazio e vende um assento para duas pessoas. Ou o caso da transportadora que diz que a encomenda está liberada às 7 horas, mas só abre as portas às 8 e te segura lá até as 9.
Quase 30 anos depois da experiência no sertão da Bahia, descubro que cruzo todo dia com alunos da professorinha.
Todos sabendo ler e escrever. Um pouco. Todos treinados em seus ofícios. Um pouco. Por essas e outras é que o Brasil anda pra frente. Mas com um "poblema": aos poucos.

(*) Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista, cartunista e
Atualmente diretor de comunicação corporativa da Dana

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O fracassos, você e a disciplina...

Fracassar é sinal de que você está vivo, e uma chance que Deus dá para aprendermos lições valiosas.

Não duvide; converse com qualquer pessoa muito bem sucedida nos negócios e pergunte se ela já fracassou. Na grande maioria das vezes, se a resposta for sincera, você ouvirá casos e mais casos erros e problemas e perdas, mas também as lições aprendidas. O profissional e empreendedor vencedor não é o que não erra, e sim o que admite seus erros, aprende com eles e se disciplina para não cometê-los novamente.  Ainda não acredita nisto? Veja no vídeo anexo (rapidinho, 1 minuto) exemplos de gente que aprendeu com seus erros e voou mais alto, atingiu seu potencial.

Abraços
Farina

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

E por falar em Novos Modelos Organizacionais...(Gestão Origami)


Um dos desafios dos novos modelos organizacionais é sem dúvida, entender como se dará o relacionamento entre profissionais e empresas no futuro. Deixando à parte nosso código trabalhista caquético, a natureza acha seus caminhos, e a maneira como as empresas se configuram muda para atender as mudanças que a sociedade vive.

Alguns de meus alunos já me questionaram sobre isto; eles não vêem com facilidade os "novos modelos" sobre os quais falo, aonde as organizações e pessoas devem buscar seu desenvolvimento de forma ativa, e perseguir objetivos que tenham significado para ambos, aonde o bem estar do profissional é determinante para suas escolhas profissionais, e aonde as estruturas hierárquicas e arquitetura organizacional não poderão ser rígidas para que a adaptação às mudanças se dê na mesma velocidade que elas. De fato, nem sempre estas novas configurações são fáceis de encontrar, mas no artigo da Você S/A, (veja abaixo), temos um bom exemplo.
A empresa Gestão Origami, consultoria com diversos sócios, não só ousou com uma arquitetura organizacional aberta, uma alternativa viável às carreiras, fora do circuito das grandes corporações, mas também trabalha de forma orgânica, com interações que variam conforme os projetos abordados, e de forma sistêmica com diferentes especialidades atuando juntas, em aspectos distintos do projeto simultaneamente. Mais contemporâneo impossível.
Pense sobre isto na hora de criar sua empresa ou pensar sua carreira; as respostas dadas ontem às grandes questões relacionadas a gestão, não funcionarão no futuro...


Carreira Fora de Grandes Empresas
Sócios da Gestão Origami: forma dinâmica de combinar conhecimento

... Joana Porto (redacao.vocesa@abril.com.br) 2009/11/11
Há dois meses foi criada em São Paulo uma nova consultoria na área de sustentabilidade, a Gestão Origami. Até aí, nada demais. Afinal, trata-se de um mercado em ascensão, que tem atraído gente de outras áreas. A diferença é que a nova consultoria foi formada por nada menos que 34 sócios, a maioria trazendo no currículo cargos importantes nas principais companhias do Brasil. É mais um exemplo de trabalho coletivo, um fenômeno cada vez mais frequente no mercado de trabalho. Essa forma de atuar é hoje alternativa de carreira para profissionais que reconheçam valor no conhecimento que detêm e saibam negociá-lo.
O trabalho coletivo funciona assim: um grupo escolhe um tema para se dedicar — no caso, o desenvolvimento sustentável —, monta um espaço e busca formas de integrar as ideias e transformá-las em negócio. “O objetivo é, assim como o origami de papel, criar algo completamente diferente do original, por meio da habilidade das pessoas envolvidas”, diz o jornalista Renato Guimarães, um dos sócios do projeto. Estão lá profi ssionais como Carlos Eduardo Corrêa da Fonseca, o Karman, ex-diretor de tecnologia do Banco Real, um dos profi ssionais mais reconhecidos do mercado brasileiro de TI, o físico Samuel Neuman, que desenvolve na Origami um software para gestão da sustentabilidade e Patrícia Volpi, criadora do MBA Alumni Brasil, grupo de brasileiros com MBA no exterior.
Também é sócia Dilma Lima, a primeira mulher que operou em um pregão na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e que estava há seis anos na Oxfam, ONG internacional de combate à pobreza. Um dos idealizadores da Origami é Aerton Paiva, fundador da Apel, consultoria de projetos que há mais de uma década adotou um modelo de gestão baseado em redes. Segundo ele, a rigidez das organizações hierárquicas e o modelo atual de trabalho já se esgotaram. Os novos modelos de carreira pressupõem correr mais riscos e percorrer trajetórias menos lineares. “No futuro, só vai existir o caminho das articulações”, diz Aerton. Com 34 integrantes, atrair clientes e dividir tarefas e resultados não é simples. Como critério, os origamers, como se autodenominam, ingressam num projeto de acordo com sua aptidão ou interesse no assunto. Mesmo sem dominar o tema, os consultores podem levar para o grupo uma oportunidade e verificar se é possível desenvolvê-la.
Para os projetos em andamento, os sócios que não estão diretamente envolvidos são chamados para dar outras visões sobre o assunto, um processo que eles chamam de origamização. A remuneração se dá de acordo com a participação de cada um e o ingresso em novos projetos depende do interesse e da capacidade de gerenciar o tempo para participar de vários trabalhos. Empresas como Promon e Cosan já contrataram os serviços do grupo. O espaço compartilhado, que fica na zona sul de São Paulo, tem a vantagem de diluir os custos de escritório e oferecer um ambiente profissional como opção ao home office. Para lançar a consultoria, os sócios fi zeram investimento pessoal e até agosto do ano que vem as despesas estão cobertas. Daí pra frente, haverá taxa mensal para cobrir custos. Se esse tipo de negócio próprio é sustentável, o tempo dirá.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cultura da Inovação

Achei uma publicação chamada REVISTA MELHOR sobre gestão de pessoas com uma matéria excelente sobre cultura de inovação. Esta reportagem em especial aborda características importantes para criar uma cultura de inovação em sua empresa, principalmente a influência da liderança neste processo (postei sobre isto há alguns dias). Naveguei pelo resto da página, e ela tem muitas outas matérias boas; vale a pena conhecer. O link está ao fim deste blog, confira!
abraços
Farina

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Inovação nas empresas... e outras coisas

Uma vez um conhecido me perguntou: Farina, qual é o melhor curso de inglês da região?
Ele não ficou feliz quando eu respondi, na lata: É o curso que você levar à serio.
É a mais pura verdade... lembro de mim mesmo e tantos outros conhecidos ao longo dos anos, rastejando de um curso pra outro sem experimentar nenhum progresso. Isto aconteceu até o dia em que um ex-chefe, muito meu amigo falou: Farina, nesta área sem FALAR inglês, vc não vai à lugar nenhum. Aprenda a língua de uma vez e resolva sua vida. De repente a ficha caiu. Me dediquei e aprendi de uma vez por todas, e de fato minha vida andou pra frente, e muito.

Mas afinal, o que isto tem a ver com inovação nas empresas?
A inovação só acontece na hora em que a ficha dos gestores cai, e eles começam a levar isso a sério. É incrível, mas há lideres que investem em treinamento para funcionários, contraram consultorias e falam a respeito de inovação e mudança mas, no fundo, não querem mudar ou deixam que o medo os impeçam de mudar. Pura perda de tempo de todos, e desperdício de dinheiro.
Portanto gestor, se vc não tem tempo de se envolver nas mudanças que tanto almeja, e que exige de seus funcionários, pare, olhe pra dentro de si, e avalie se você realmente quer mudar. A mudança, lenta, ou rápida, começa com você! Seus funcionários, associados, seu tempo e seu bolso, sensibilizados, agradecem.
abraços
Farina

domingo, 6 de dezembro de 2009

Site do Abílio Diniz


Estou sempre procurando sites relacionados a Gestão e Liderança. Semana passada achei um bastante interessante, do Abílio Diniz, seção de liderança (está na relação de links deste blog). Tem muita coisa boa pra se aprender, de um profissional maduro, e muito bem sucedido.
Há muitos vídeos rápidos, como um por exemplo,  no qual ele fala sobre aprender com os erros; diretos e simples; do jeito que vida deveria ser...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Liderança pode ser desenvolvida desde cedo



Não sou blogueiro "copy-paste", à não ser quando aparece alguma notícia digna de nota. Achei o artigo interessante porque coicidentemente dei uma aula a respeito na semana passada, e além das definições estarem bastante claras, a jornalista e ou autor escrevem sobre o desenvolvimento da liderança, e pontos de reflexão que a estimulam. O livro pelo jeito deve ser bom...  

...da Redação do UOL 24/11/2009, por  ROSANA FERREIRA

Liderança pode ser desenvolvida desde cedo
Liderar significa ter o poder de influenciar o que passa ao seu redor, e essa característica pode surgir ainda na infância. "Esse tipo de liderança independe de cargo, sexo, porte físico, condição social ou financeira", afirma o consultor de empresas Karim Khoury, autor do livro Liderança É uma Questão de Atitude (R$ 35), recém-lançado pela Editora Senac.
O que explica quando o chefe não é o que lidera a equipe numa empresa, e sim um subordinado, que se comunica bem, tem iniciativa, respeita os colegas e é flexível - qualidades encontradas nos verdadeiros líderes. Como é inerente à sua personalidade, o funcionário se destaca em detrimento do chefe. Mas, segundo Khoury, é possível desenvolver essa habilidade em várias esferas da vida, além do âmbito profissional, para:


- exercer influência sobre a sua vida e sobre a dos outros;
- comunicar-se com diferentes gerações com eficiência;
- ter iniciativa;
- aumentar sua conexão com as pessoas e expandir seu carisma;
- resolver conflitos;
- ter energia e desenvolver a intuição;
- ter mais flexibilidade para lidar com situações diversas;
- despertar o que existe de melhor nos outros;
- e tornar as coisas melhores do que eram quando você as encontrou.


Ainda criança
Em uma analogia com o homem alfa - nome emprestado da biologia para identificar o líder de um grupo de animais, que exibe força, coragem e é responsável pela caça -, as crianças também podem desenvolver essa característica.
Segundo a psicóloga Angélica Capelari, professora de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo, os pais e a escola podem ajudar muito nessa tarefa ao expor a criança a situações em que ela tenha de decidir, reagir ou pedir algo. A grande questão, no entanto, é saber se essa criança vai continuar liderando ao mudar de grupo. "Subordinação de um grupo específico não é liderança", diz.
Portanto, se a pessoa não se adapta às mudanças pode perder a característica de liderança ao longo de sua vivência. "Se o indivíduo tem uma forma de lidar com o mundo sendo líder e isso muda, é preciso fazer de outra maneira, o que nem sempre é fácil", afirma.
Treinamento
O consultor Karim Khou selecionou dez temas que considera essenciais para desenvolver a habilidade de liderar, muitas delas observadas no funcionário descrito no início desta matéria. Se você ainda não é considerado um exemplo de liderança, confira as dicas abaixo e comece a treinar já:
Comunicação - Em termos de influência o que conta não é o quanto você sabe, mas o quanto você consegue transmitir desse conhecimento.
Iniciativa - Em vez de esperar que as coisas aconteçam por si mesmas, pense no que você pode fazer para influenciar positivamente uma situação.
Respeito - Agressividade gera agressividade e respeito gera respeito. Para influenciar pessoas e obter a colaboração delas, é preciso em primeiro lugar respeitá-las sinceramente.
Construção de relacionamentos - É pouco provável que você possa inspirar pessoas se não construir relacionamentos baseados na segurança e na sua credibilidade. Estabelecer conexões saudáveis com os outros e fortalecer o seu carisma são habilidades que podem ser desenvolvidas.
Resolução de conflitos - Para tornar diferentes pontos de vista uma fonte de forças e não de desavenças, é preciso ser capaz de conduzir conversas difíceis e fazer críticas construtivas, de maneira que a outra pessoa sinta-se respeitada.
Execução - Em vez de negar a existência de um problema, aceite a situação como ela é e crie uma estratégia para solucioná-lo, mesmo que para isso seja necessário parar tudo e criar um novo plano de ação.
Liderança quântica - Você pode melhorar sua qualidade de vida se eliminar os fatores que drenam a sua energia. E pode aumentar a quantidade informações disponíveis para tomar uma decisão se desenvolver sua intuição.
Flexibilidade - Você será um líder mais eficiente se aumentar o seu repertório de estilos de liderança em diferentes situações.
Diferentes gerações, diferentes estratégias - Quais são as estratégias de gestão mais eficientes para a geração dos veteranos? E para os jovens? Conhecer em linhas gerais as características de cada geração aumenta as possibilidades de adequar o seu estilo para diferentes pessoas.
Reflexões sobre a liderança e as tendências do mercado - Como elas podem contribuir para você ser um líder eficiente?