terça-feira, 15 de dezembro de 2009

E por falar em Novos Modelos Organizacionais...(Gestão Origami)


Um dos desafios dos novos modelos organizacionais é sem dúvida, entender como se dará o relacionamento entre profissionais e empresas no futuro. Deixando à parte nosso código trabalhista caquético, a natureza acha seus caminhos, e a maneira como as empresas se configuram muda para atender as mudanças que a sociedade vive.

Alguns de meus alunos já me questionaram sobre isto; eles não vêem com facilidade os "novos modelos" sobre os quais falo, aonde as organizações e pessoas devem buscar seu desenvolvimento de forma ativa, e perseguir objetivos que tenham significado para ambos, aonde o bem estar do profissional é determinante para suas escolhas profissionais, e aonde as estruturas hierárquicas e arquitetura organizacional não poderão ser rígidas para que a adaptação às mudanças se dê na mesma velocidade que elas. De fato, nem sempre estas novas configurações são fáceis de encontrar, mas no artigo da Você S/A, (veja abaixo), temos um bom exemplo.
A empresa Gestão Origami, consultoria com diversos sócios, não só ousou com uma arquitetura organizacional aberta, uma alternativa viável às carreiras, fora do circuito das grandes corporações, mas também trabalha de forma orgânica, com interações que variam conforme os projetos abordados, e de forma sistêmica com diferentes especialidades atuando juntas, em aspectos distintos do projeto simultaneamente. Mais contemporâneo impossível.
Pense sobre isto na hora de criar sua empresa ou pensar sua carreira; as respostas dadas ontem às grandes questões relacionadas a gestão, não funcionarão no futuro...


Carreira Fora de Grandes Empresas
Sócios da Gestão Origami: forma dinâmica de combinar conhecimento

... Joana Porto (redacao.vocesa@abril.com.br) 2009/11/11
Há dois meses foi criada em São Paulo uma nova consultoria na área de sustentabilidade, a Gestão Origami. Até aí, nada demais. Afinal, trata-se de um mercado em ascensão, que tem atraído gente de outras áreas. A diferença é que a nova consultoria foi formada por nada menos que 34 sócios, a maioria trazendo no currículo cargos importantes nas principais companhias do Brasil. É mais um exemplo de trabalho coletivo, um fenômeno cada vez mais frequente no mercado de trabalho. Essa forma de atuar é hoje alternativa de carreira para profissionais que reconheçam valor no conhecimento que detêm e saibam negociá-lo.
O trabalho coletivo funciona assim: um grupo escolhe um tema para se dedicar — no caso, o desenvolvimento sustentável —, monta um espaço e busca formas de integrar as ideias e transformá-las em negócio. “O objetivo é, assim como o origami de papel, criar algo completamente diferente do original, por meio da habilidade das pessoas envolvidas”, diz o jornalista Renato Guimarães, um dos sócios do projeto. Estão lá profi ssionais como Carlos Eduardo Corrêa da Fonseca, o Karman, ex-diretor de tecnologia do Banco Real, um dos profi ssionais mais reconhecidos do mercado brasileiro de TI, o físico Samuel Neuman, que desenvolve na Origami um software para gestão da sustentabilidade e Patrícia Volpi, criadora do MBA Alumni Brasil, grupo de brasileiros com MBA no exterior.
Também é sócia Dilma Lima, a primeira mulher que operou em um pregão na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e que estava há seis anos na Oxfam, ONG internacional de combate à pobreza. Um dos idealizadores da Origami é Aerton Paiva, fundador da Apel, consultoria de projetos que há mais de uma década adotou um modelo de gestão baseado em redes. Segundo ele, a rigidez das organizações hierárquicas e o modelo atual de trabalho já se esgotaram. Os novos modelos de carreira pressupõem correr mais riscos e percorrer trajetórias menos lineares. “No futuro, só vai existir o caminho das articulações”, diz Aerton. Com 34 integrantes, atrair clientes e dividir tarefas e resultados não é simples. Como critério, os origamers, como se autodenominam, ingressam num projeto de acordo com sua aptidão ou interesse no assunto. Mesmo sem dominar o tema, os consultores podem levar para o grupo uma oportunidade e verificar se é possível desenvolvê-la.
Para os projetos em andamento, os sócios que não estão diretamente envolvidos são chamados para dar outras visões sobre o assunto, um processo que eles chamam de origamização. A remuneração se dá de acordo com a participação de cada um e o ingresso em novos projetos depende do interesse e da capacidade de gerenciar o tempo para participar de vários trabalhos. Empresas como Promon e Cosan já contrataram os serviços do grupo. O espaço compartilhado, que fica na zona sul de São Paulo, tem a vantagem de diluir os custos de escritório e oferecer um ambiente profissional como opção ao home office. Para lançar a consultoria, os sócios fi zeram investimento pessoal e até agosto do ano que vem as despesas estão cobertas. Daí pra frente, haverá taxa mensal para cobrir custos. Se esse tipo de negócio próprio é sustentável, o tempo dirá.

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